Como será a esperança em 2022
No Brasil, dois eventos foram organizados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas em Saúde e Ambientes de Trabalho (DIESAT), Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA) e Instituto do Coração (INCOR): de 4 a 6 de maio de 2022, em São Paulo, o 3º. Seminário Internacional do Amianto: Uma Abordagem à Vigilância Sanitária; de 6 a 8 de maio, em Osasco, o IV Encontro Nacional de Vítimas do Amianto. No Brasil, dois eventos foram organizados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas em Saúde e Ambientes de Trabalho (DIESAT), Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (ABREA) e Instituto do Coração (INCOR): de 4 a 6 de maio de 2022, em São Paulo, o 3º. Seminário Internacional do Amianto: Uma Abordagem à Vigilância Sanitária; de 6 a 8 de maio, em Osasco, o IV Encontro Nacional de Vítimas do Amianto. O objetivo desses eventos foi apontar medidas eficazes para identificar e apoiar pessoas em risco de contrair doenças relacionadas ao amianto, elaborando iniciativas de saúde que poderiam ser implementadas em todo o país.
O Procurador-Geral do Trabalho, José de Lima Ramos, durante seu discurso de abertura em 4 de maio de 2022. (Foto cortesia de Eduardo Metroviche).Especialistas jurídicos e médicos do Brasil e do exterior juntaram-se a ativistas e vítimas do amianto em discussões destinadas a examinar soluções de ponta para enfrentar a catástrofe humanitária causada por décadas de mineração e fabricação de amianto no Brasil.
"É preciso", disseram os organizadores do evento, "acabar com o chamado silêncio epidemiológico abismal ainda presente no Brasil, que até recentemente era um dos maiores produtores, exportadores e consumidores mundiais do mineral, conhecido por ser cancerígeno aos humanos.”
Como este foi o primeiro encontro presencial pós-Covid, o uso de máscaras era obrigatório, apresentação da carteira vacinal e o distanciamento social e outras precauções foram tomadas. Além disso, algumas apresentações foram feitas virtualmente com todas as sessões transmitidas online.
Em 8 de maio de 2022, ônibus foram fornecidos para transportar os membros da ABREA e seus apoiadores para uma antiga ilha de tráfego em Osasco, o antigo coração da indústria de fibrocimento do Brasil. Em cerimônia naquela manhã, uma placa foi entregue pelo presidente da ABREA, Eliezer João de Souza, aos dirigentes de Osasco: Gelso Lima e Waldyr Riberiro Filho. O texto na placa explicava que o memorial, a ser erguido em breve neste terreno que está sendo reurbanizado, era uma homenagem às vítimas do amianto de Osasco; a estátua estava sendo doada ao município em perpetuidade pela ABREA, uma associação que apoia as vítimas do amianto no Brasil desde 1995.
Presidente da ABREA Eliezer João de Souza inaugurando a placa na cerimônia de Osasco, 8 de maio de 2022. (Foto cortesia de Eduardo Metroviche).Quando pronto o monumento de seis metros de altura será, disse Eliezer, um lembrete constante não apenas das centenas de vidas perdidas em Osasco, mas também das centenas de milhares de pessoas que morrem todos os anos em todo o mundo devido à exposição ao amianto. A ”ÁRVORE-PULMÃO” foi concebida pelo artista brasileiro W. Hermusche em colaboração com os membros da ABREA. Falando sobre a obra, o artista comentou:
“Nessa tragédia do amianto, os trabalhadores entregaram inocentemente seu cotidiano ao trabalho, que acreditavam ser a garantia de seu sustento e de suas famílias e, consequentemente, suas vidas. A cada dia, no entanto, eles estavam sendo lentamente envenenados. Essa contradição cruel é o que a árvore-pulmão expressa”.
A colocação da estátua foi criteriosamente selecionada, pois fica bem em frente ao local que abrigou a maior fábrica de fibrocimento da América Latina, de propriedade da Eternit S.A. Anexado à estátua haverá um painel com os nomes de mais de 600 cidadãos que morreram de doenças relacionadas ao amianto. O vídeo do artista abaixo dá uma ideia de como o memorial será localizado e a contribuição que ele trará não apenas para os moradores de Osasco, mas também para pessoas em todo o Brasil e no mundo, em geral, cujas vidas foram cruelmente afetadas por exposições mortais ao amianto.
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