Ela reunirá em Buenos Aires os chefes de estado e de governo das 20 maiores economias do mundo, como os presidentes Donald Trump (Estados Unidos), Vladimir Putin (Rússia) e Xi Jinping (China), além de Michel Temer (Brasil).
Integram o G20 a União Europeia e estes 19 países: Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Reino Unido, África do Sul e Turquia.
Diante disso, ativistas antiamianto estão enviando aos líderes do G20 uma carta, pedindo uma ação global para proibir a fibra assassina.
O documento em quatro idiomas (na íntegra, abaixo) é assinado pelas principais lideranças e organizações antiamianto do mundo.
“Nós apelamos aos líderes do G20 que apoiem o fim dos usos da fibra maldita, cancerígena”, enfatiza a engenheira Fernanda Giannasi, símbolo dessa luta no Brasil.
Fundadora da Abrea (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto), Fernanda integra a Rede Virtual-Cidadã pelo Banimento do Amianto.
Seguem as cartas.
Apelo aos líderes do G20 para uma ação global para proibir o amianto
24 de novembro de 2018
No dia 30 de novembro, V. Excias. estarão reunidas em Buenos Aires para uma reunião crucial do G20.
V. Excias. estarão considerando os muitos desafios que o mundo enfrenta e se esforçando para encontrar o melhor caminho a seguir.
Os desafios mais amplamente reconhecidos incluem disputas comerciais, mudança climaática, instabilidade econômica e ameaças de guerra.
Menos amplamente conhecido é o impacto devastador da exposição ao amianto.
Em 2017, mais de 230.000 pessoas morreram de doenças causadas pelo amianto, o nível mais alto já registrado.
Enquanto a maioria dessas mortes resultou de exposições ocupacionais, muitas vieram também de exposições ambientais. Além do terrível impacto humano, há também um enorme custo econômico relacionado.
Um recente estudo oficial canadense estimou o custo anual do câncer relacionado ao amianto apenas naquele país em mais de $2,3 bilhões de dólares canadenses (correspondente a 6,49 bilhões de reais).
Podemos supor que o custo mundial seja muitas vezes superior a esse valor.
Nos mais de 50 países que proibiram o amianto, estas mortes derivam principalmente de exposições ocorridas até os anos 90; mas uma outra epidemia de doenças relacionadas ao amianto está se desenvolvendo nos países que ainda não proibiram o amianto.
Países como a Índia, China e Rússia, para citar apenas alguns, têm significativas populações expostas.
Suas curvas de mortes por amianto são alarmantes – na Índia, por exemplo, houve um aumento de mais de 300% entre 1990 e 2017. Todas essas mortes poderiam ter sido evitáveis.
Os perigos do amianto são bem conhecidos desde a década de 1960, se não antes.
E existem boas alternativas para todos os principais usos do amianto. Mesmo o Canadá, historicamente o maior minerador e exportador de amianto, implementará uma proibição em 30 de dezembro de 2018.
Se essas estatísticas resultassem de um grande conflito armado, V. Excias., como líderes, estariam fazendo o máximo para responder e pôr um fim a isso. E banir o amianto é muito mais fácil do que resolver os problemas, muitas vezes complexos, que levam a guerras.
O caminho da transição do uso do amianto para alternativas seguras é bem definido pelos países que implementaram a proibição décadas atrás.
É verdade que, no curto prazo, alguns empregos e empresas podem ser afetados, mas, com os apoios apropriados, eles farão essa transição.
À luz da terrível contagem de mortes, o argumento de que os empregos devem ser salvos a todo custo simplesmente não é mais defensável, nem humanamente aceitável.
No contexto dos diversos problemas que V. Excias. abordarão em Buenos Aires, o amianto se destaca como uma questão excepcionalmente bem documentada e focada, onde muito progresso tem ocorrido no mundo e onde os países que baniram o amianto estarão prontos para apoiar outros que desejem seguir o mesmo caminho.
V. Excias. também têm o exemplo do seu anfitrião, a Argentina, e de outros países latino-americanos que têm sido líderes na proibição do amianto.
Chegou também a hora de listar a crisotila (amianto branco) na próxima reunião de 2019 da Convenção de Roterdã sobre Consentimento Prévio Informado (PIC) para o comércio internacional de substâncias perigosas.
Todos os outros tipos de amianto já estão listados.
Vítimas suficientes, sofrimento suficiente!
Nós, abaixo-assinados, pedimos que V. Excias. tomem medidas decisivas para banir o amianto em todo o mundo.
Nós representamos as amplas e visíveis forças sociais que se uniram em todo o mundo para proibir o amianto, que incluem sindicatos, empregadores, grupos de vítimas do amianto, organizações de saúde pública, pesquisadores de saúde, grupos ambientalistas e muitos cidadãos interessados.
Fontes:
The Lancet. O amianto mata 232.000 em 2017 no mundo (somente exposição ocupacional), p.1942. Em https://www.thelancet.com/pdfs/journals/lancet/PIIS0140-6736(18)3222
Instituto para o estudo do trabalho e da saúde sobre a carga econômica do mesotelioma relacionado ao amianto e do câncer pulmonar no Canadá: novembro de 2017. E https://www.iwh.on.ca/newsletters/at- work/90/study-update-new-cases-of-mesothelioma-and-asbestos-related-lung-cancer-from- one-year
Estatísticas de fatalidade do amianto na Índia: do mesmo artigo do The Lancet – 1990 – 2.646 mortes por amianto, 2017, 8.858.
24 de noviembre de 2018
Un llamado a los líderes del G20 para una acción global para prohibir el asbesto
El 30 de noviembre se llevará a cabo en Buenos Aires una reunión vital del G20.
Estará considerando los muchos desafíos que enfrenta nuestro mundo y se esforzará por encontrar el mejor camino a seguir.
Los desafíos más reconocidos incluyen disputas comerciales, cambio climático, inestabilidad económica y amenazas de guerra. Menos conocido es el impacto devastador de la exposición al amianto.
En el año 2017 más de 230.000 personas murieron por enfermedades relacionadas con el asbesto, el nivel más alto registrado hasta ahora.
Si bien la mayoría de estas muertes se debieron a exposiciones ocupacionales muchas también derivaron de exposiciones ambientales.
Además del terrible impacto humano también hay un enorme costo económico relacionado.
Un reciente estudio oficial de Canadá ha estimado que el costo local anual del cáncer relacionado con el asbesto es de más de $ 2.3 mil millones de Dólares canadienses. Podemos asumir que el costo mundial es muchas veces esta cantidad.
En los más de 50 países que han prohibido el asbesto, estas muertes se deben principalmente a exposiciones ocurridas hasta la década de 1990; pero otra epidemia de enfermedades relacionadas con el asbesto se está desarrollando en países que aún no lo han prohibido: India, China y Rusia, por nombrar solo algunos, tienen un número significativo de poblaciones expuestas.
Sus curvas de mortalidad por asbestos son alarmantes; en India, por ejemplo, muestra un aumento de más del 300% desde 1990 hasta 2017.
Todas estas muertes fueron evitables.
Los peligros del asbesto han sido bien conocidos desde la década de 1960 – sino antes – y existen buenas alternativas para sus principales usos. Incluso Canadá, históricamente el más grande productor y exportador de asbestos, está implementando una prohibición para el 30 de diciembre de 2018.
Si estas estadísticas resultaran de un conflicto armado, Ustedes, como líderes, harían todo lo posible para responder a ellas y ponerles fin. Y prohibir el asbesto es mucho más fácil que resolver los complejos problemas que llevan a las guerras.
El camino de transición del uso del asbesto a alternativas seguras está bien trazado por los países que implementaron su prohibición hace décadas.
Es cierto que en el corto plazo algunos empleos y empresas pueden verse afectados, pero con los apoyos adecuados la transición puede ser realizada.
A la luz del horrible recuento de muertes el argumento de que los empleos deben ser salvados a toda costa simplemente ya no es defendible ni humanamente aceptable.
En el contexto de los muchos problemas que se abordarán en Buenos Aires el asbesto se destaca como un tema excepcionalmente bien documentado y enfocado en el que se ha avanzado mucho en el mundo y los países que lo han prohibido están dispuestos a apoyar a otros que deseen tomar el mismo camino.
Entre ellos el ejemplo del anfitrión, Argentina y otros países latinoamericanos que han sido líderes en la prohibición del asbesto.
También ha llegado el momento de tratar el tema de la incorporación del Crisotilo (asbesto blanco) al listado que exige el consentimiento fundamentado previo para el comercio internacional de sustancias peligrosas, en el marco del Convenio de Rotterdam (previsto para la reunión de 2019). Todos los demás tipos de amianto ya están en esa lista.
¡Víctimas suficientes, sufrimiento suficiente!
Los abajo firmantes les pedimos a los representantes de los países asistentes al G 20 que tomen medidas decisivas para prohibir globalmente el asbesto.
Representamos amplias y visibles fuerzas sociales que se han unido, en todo el mundo, para prohibir el amianto.
Fuerzas sociales que incluyen sindicatos, empleadores, grupos de víctimas del asbesto, organizaciones de salud pública, investigadores de la salud, grupos ambientales y muchos ciudadanos interesados.
Fuentes:
Lancet article (page 1942) asbestos kills 232,000 in 2017 in the world (occupational exposure only).
https://www.thelancet.com/pdfs/journals/lancet/PIIS0140-6736(18)3222
Institute for Work and Health study on economic burden of asbestos related mesothelioma and lung cancer in Canada: November 2017 – https://www.iwh.on.ca/newsletters/at- work/90/study-update-new-cases-of-mesothelioma-and-asbestos-related-lung-cancer-from- one-year
India asbestos fatality statistics: from the same Lancet article – 1990 – 2,646 asbestos fatalities, 2017, 8,858
November 24, 2018
A call to G20 leaders for global action to ban asbestos
On November 30, you will be gathering in Buenos Aires for a vital meeting of the G20.
You will be considering the many challenges facing our world and striving to find the best way forward.
The most widely recognized challenges include trade disputes, climate change, economic instability and threats of war. Less widely known is the devastating impact of exposure to asbestos.
In 2017, over 230,000 people died of asbestos diseases, the highest level yet recorded.
While the majority of these deaths resulted from occupational exposures, many have come from environmental exposures as well. In addition to the terrible human impact, there is also an enormous related economic cost.
A recent authoritative Canadian study has estimated the annual cost for asbestos related cancer suffered just by Canada at over $2.3 billion (Cdn.). We can assume that the worldwide cost is many times this amount.
In the over 50 countries which have banned asbestos, these deaths stem mainly from exposures up to the 1990s; but another epidemic of asbestos disease is developing in the countries which have not yet banned asbestos.
Countries such as India, China and Russia, to name just a few, have significant exposed populations. Their trend line of asbestos fatalities is alarming – in India for example, a more than 300% increase from 1990 to 2017.
All of these deaths were preventable.
The hazards of asbestos have been well known since the 1960s if not earlier. And good alternatives exist for all the major uses of asbestos. Even Canada, historically the largest miner and exporter of asbestos, is implementing a ban on December 30, 2018.
If these statistics resulted from a major armed conflict, you as leaders would be doing your utmost to respond and put an end to it. And banning asbestos is much easier than resolving the often complex issues which lead to wars.
The path of transition from the use of asbestos to safe alternatives is well mapped by the countries which implemented the ban decades ago.
In the context of the many problems you will be addressing in Buenos Aires, asbestos stands out as an exceptionally well documented, focused issue where much progress has been made in the world; and where those countries which have banned asbestos stand ready to support others who wish to take the same path.
You also have the example of your host, Argentina, and other Latin American countries which have been leaders in banning asbestos.
Enough Victims, enough sufferings!
The time has come to list chrysotile (white asbestos) during the 2019 meeting of the Rotterdam Convention on Prior Informed Consent for international trade in hazardous substances.
All other types of asbestos are already listed. In light of the horrific death count, the argument that jobs must be saved is no longer audible nor humanely acceptable.
We the undersigned call on you to take decisive action to ban asbestos worldwide.
We represent the broad and visible social forces which have come together around the world to ban asbestos.
This includes labour unions, employers, asbestos victims’ groups, public health organizations, health researchers, environmental groups and many concerned individual citizens.
Sources:
Lancet article (page 1942) asbestos kills 232,000 in 2017 in the world (occupational exposure only).
https://www.thelancet.com/pdfs/journals/lancet/PIIS0140-6736(18)3222
Institute for Work and Health study on economic burden of asbestos related mesothelioma and lung cancer in Canada: November 2017 – https://www.iwh.on.ca/newsletters/at- work/90/study-update-new-cases-of-mesothelioma-and-asbestos-related-lung-cancer-from- one-year
India asbestos fatality statistics: from the same Lancet article – 1990 – 2,646 asbestos fatalities, 2017, 8,858
17 Novembre 2018
Richiesta ai leader del G20 per una proibizione globale dell’amianto
Il prossimo 30 novembre vi riunirete a Buenos Aires per una riunione cruciale del G20 in cui esaminerete le principali sfide che minacciano il mondo per trovare le migliori soluzioni.
Tra queste vi sono le dispute commerciali, il cambiamento climatico, l’instabilità economica e le minacce della guerra.
Meno conosciuta è senza dubbio la minaccia costituita dal devastante impatto dell’esposizione all’amianto nel mondo.
Nel 2017 più di 230,000 persone sono morte a causa di malattie dovute all’esposizione all’amianto, il livello più alto mai raggiunto.
La maggior parte di queste morti sono dovute a esposizioni professionali, molte però sono dovute a un’esposizione esclusivamente ambientale.
A parte il terribile il terribile costo umano, anche l’impatto economico è enorme.
Un recente e autorevole studio canadese ha stimato in 1,5 miliardi di euro il costo sanitario per i tumori amianto correlati solo in Canada. Possiamo dedurre che il costo a livello mondiale sia una cifra molte volte più grande.
Nei più di 50 paesi che hanno messo al bando l’amianto le morti sono dovute alle esposizioni avvenute fino agli anni 90, ma un’altra epidemia di morti per amianto si sta sviluppando in quei paesi che non l’hanno ancora proibito.
Paesi come l’India, la Cina e la Russia, per citarne solo alcuni, hanno un numero di persone esposte all’amianto molto significativo. Il trend è di fatto allarmante: in India per esempio, le morti per amianto sono cresciute del 300% tra il 1990e il 2017.
Tutte queste morti erano evitabili.
La cancerogenità dell’amianto era conosciuta almeno dagli anni 60, se non prima, e già allora c’erano sostituti possibili alla maggior parte degli usi che si è dato all’amianto. Ora, anche il Canada, storico esportatore di amianto ha deciso di metterlo al bando dal 30 dicembre di quest’anno.
Se questi numeri fossero dovuti a un conflitto armato, voi come leader, fareste il possibile per porvi fine e Bandire l’amianto è senz’altro più facile che risolvere i complessi conflitti che sfociano in guerre. Il cammino di transizione dall’uso dell’amianto all’impiego di materiali alternativi è ben marcato dai Paesi che l’hanno proibito alcuni decenni fa.
È vero che nel corto periodo lavoratori e imprese subirebbero conseguenze, ma è anche vero che con un sostegno appropriato possono riuscire a compiere questa transizione nel migliore dei modi.
Alla luce dell’ingente lista di morti, l’argomento per cui il lavoro debba essere salvaguardato a ogni costo è semplicemente indifendibile è umanamente inaccettabile.
Nel contesto dei vari problemi che affronterete a Buenos Aires, l’amianto spicca per essere eccezionalmente ben documentato: molti progressi sono stati infatti fatti in questo campo a livello mondiale.
I paesi che l’hanno proibito sono pronti a sostenere quelli che vorranno prendere la stessa strada.
Avete davanti l’esempio del paese di casa, l’Argentina, e altri paesi sudamericani che sono stati in prima linea nella proibizione dell’amianto.
È venuto anche il tempo di includere l’amianto crisotilo o bianco nella lista delle sostanze tossiche della convenzione si Rotterdam del 2019 che prevedono un consenso previo prima di essere commercializzate. Tutti gli altri tipi di amianto son già nella lista. Ci sono già abbastanza vittime, abbastanza sofferenze.
I sottoscrittori di questa lettera vi chiedono di prendere azioni decisive in vista di una proibizione mondiale dell’amianto.
Rappresentiamo un ampio spettro di forze sociali che si sono unite per proibire l’amianto nel mondo.
La lista include sindacati, associazioni di vittime dell’amianto, organizzazioni pubbliche sanitarie, ricercatori, gruppi ambientali e privati cittadini.
Fonti:
Lancet article (page 1942) asbestos kills 232,000 in 2017 in the world (occupational exposure only).
https://www.thelancet.com/pdfs/journals/lancet/PIIS0140-6736(18)3222
Institute for Work and Health study on economic burden of asbestos related mesothelioma and lung cancer in Canada: November 2017 – https://www.iwh.on.ca/newsletters/at- work/90/study-update-new-cases-of-mesothelioma-and-asbestos-related-lung-cancer-from- one-year
India asbestos fatality statistics: from the same Lancet article – 1990 – 2,646 asbestos fatalities, 2017, 8,858
Veja matéria no VIOMUNDO: