História da ABREA

Quando olhamos para trás nos damos conta de que 30 anos se passaram desde quando nos encaminharam dois ex-empregados da fábrica da ETERNIT de Osasco com suspeita de que suas queixas de saúde, principalmente falta de ar, provinham do trabalho com o amianto realizado duas até mais décadas anteriores. Este alerta propiciou que iniciássemos a busca ativa de outros ex-empregados da planta de fibrocimento de Osasco, a maior do então grupo multinacional suíço na América Latina.  

Tudo isto coincidiu com a demolição da fábrica em maio de 1995 para construção do hipermercado WALMART e o SAM’s Club, atualmente pertencentes ao grupo francês Carrefour. Por conta de inúmeras irregularidades praticadas durante a demolição, o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco nos acionaram no Ministério do Trabalho e a obra foi embargada para regularização das inconformidades apresentadas.

Desde nossa experiência anterior, entre 1992 e 1993, com organizações de base clandestinas de fábricas, em especial os empregados da empresa Thermoid, havia uma  sinalização clara para a necessidade de uma entidade que representasse os expostos ao amianto em todas as esferas públicas e privadas, já que à época não se podia contar com o apoio da maioria dos sindicatos classistas.

Portanto, em 9 dezembro de 1995 se efetivou oficialmente a fundação da primeira associação de expostos ao amianto – ABREA, que foi, posteriormente, reproduzida em outras localidades, tais como Rio de Janeiro, Bahia (Simões Filho e Bom Jesus da Serra e região), Paraná (Curitiba e Londrina), Pernambuco e Rio Grande do Sul. Em outros estados do país, tentou-se organizar estas associações, mas infelizmente algumas dificuldades ocorreram, que desviaram do foco e dos objetivos principais, a saber, o banimento do amianto e justiça para as vítimas. A partir daí, inúmeras ações foram promovidas pela ABREA como o Congresso Mundial do Amianto (GAC), em Osasco, no ano de 2000, que deu início a uma rede mundial na luta pelo banimento do amianto e à primeira lei municipal efetiva de proibição da fibra cancerígena, que foi acompanhada em diversos outros municípios e estados da federação.

A matéria de capa da revista Época, da brilhante e premiada jornalista Eliane Brum, em 2001, colocou a ABREA num novo patamar, passando a ser conhecida nacionalmente, que foi um verdadeiro divisor de águas. A partir daí, a atuação da ABREA se fortaleceu, passando a participar de vários fóruns e ser reconhecida, inclusive internacionalmente, com suas bem-sucedidas ações na organização das vítimas e familiares, na busca para diagnóstico e tratamento dos acometidos de doenças relacionadas ao amianto, nos debates nas assembleias legislativas, câmaras municipais e federal. Onde se discutia o amianto, lá estava a ABREA!

Outras iniciativas ocorreram como atividades aos domingos e feriados nos parques municipais com a campanha “Amianto Mata”, voltada à população e consumidores em geral, para comunicação dos riscos associados aos produtos contendo este mineral, na produção de materiais didáticos, na organização de seminários e eventos nacionais e internacionais sobre o tema, discutindo políticas de preservação ambiental, de recuperação de áreas degradadas pela mineração e remoção segura de artefatos contendo o cancerígeno amianto.

Um dos momentos marcantes da ação da ABREA ocorreu em 2017 com a decisão histórica e de grande repercussão nacional e internacional que foi o banimento do amianto aprovado pelo STF-Supremo Tribunal Federal. Apesar dos esforços empreendidos, muitas dificuldades surgiram nesta trajetória dos 30 anos no enfrentamento com um dos lobbies mais agressivos e organizados comandados pelo setor empresarial do amianto e seus tentáculos em vários segmentos, tais como universidades públicas, poder judiciário, imprensa, sindicatos de trabalhadores, entre outros. Eles incansavelmente buscaram todos os meios de intimidação, desmoralização e a criminalização dos ativistas antiamianto.

Mas a ABREA resistiu brava e obstinadamente e continuou sua trajetória de lutas sem jamais perder o foco e os compromissos assumidos nestes 30 anos junto aos seus representados e apoiadores, mantendo permanentemente sua coerência e determinação.

Linha do tempo ABREA

30 ANOS

2022
2022

Inauguração do Memorial das Vítimas do Amianto (Árvore-Pulmão)

2023
2023

Lançamento da cartilha “AMIANTO: A fibra que mata”

2025
2025

ABREA recebe a SALVA DE PRATA da Câmara Municipal de São Paulo

ABREA
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